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Linux    

Comandos para Manipulação de Arquivos


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Uma das coisas essenciais ao usar um sistema operacional é saber como lidar os arquivos e diretórios dentro dele. Em sistemas operacionais como o Linux, mexer com arquivos é essencialmente tudo o que você vai fazer ao configurar o sistema e seus serviços.

pwd – Exibe o diretório atual

Sintaxe: $ pwd

Mostra de forma simples em qual diretório o usuário está localizado no momento.

cd – Navegando entre diretórios

Sintaxe: $ cd [nome_do_diretório]

Muda o diretório atual.

Exemplos:

$ pwd
/usr/games
$ cd ~
$ pwd
/home/eitch

No exemplo acima, estávamos no diretório /usr/games e com um simples cd para o diretório ~, fomos para o diretório HOME (/home/eitch). Neste caso utilizamos o ~ que é uma espécie de atalho para o diretório HOME do usuário. Alguns destes “atalhos”:

. (ponto) Diretório atual
.. (dois pontos) Diretório anterior (um nível acima)
~ (til) Diretório HOME do usuário
/ (barra) Raiz do sistema
– (hífen) Último diretório (Voltar)

Se você deseja ir para um diretório que está na raiz diretamente, usa-se a / antes, exemplo:

$ pwd
/usr/local/bin
$ cd /etc/rc.d
$ pwd
/etc/rc.d
$ cd -
$ pwd
/usr/local/bin

Ao utilizar uma barra antes do diretório, especificamos o caminho absoluto do diretório, ou seja, todo o seu caminho desde a raiz. Se não colocamos a barra para especificar a raíz, quer dizer que estamos especificando um caminho relativo, ou seja, de acordo com o diretório atual. Em outras palavras, se eu estou no diretório /home/eitch, os dois comandos a seguir farão a mesma coisa, só que um usando o caminho relativo e o outro o caminho absoluto:

$ cd ..
$ cd /home

ls – Listar arquivos

Sintaxe: $ ls [opções] [arquivo/diretório]

Lista os arquivos e diretórios. Se executarmos apenas o comando ls sozinho, ele mostrará todos os arquivos existentes no diretório atual. Há também alguns parâmetros extras:

-l Lista os arquivos em formato detalhado.
-a Lista os arquivos ocultos (que começam com um .)
-h Exibe o tamanho num formato legível (combine com -l)
-R Lista também os subdiretórios encontrados

Exemplo de uma listagem detalhada:

$ ls -l

total 9916
drwxrwxr-x   5 hugo hugo    1302 Aug 16 10:15 diretorio
-rw-r--r--   1 hugo hugo  122631 Jul 12 08:20 Database.pdf
-rw-r--r--   1 hugo hugo 2172065 Jul 12 08:20 MySQL.pdf
-rw-r--r--   1 hugo hugo 2023315 Jul 12 08:20 PHP.pdf

No exemplo acima, os arquivos e diretórios são listados com outras informações antes de seus nomes. Estas informações são separadas por um ou mais espaços (para uma melhor formatação) e apresentam os seguintes dados: tipo de arquivo e permissões, número de hard links, usuário dono, grupo dono, tamanho, data de modificação e por último o nome do arquivo.

Podemos ver acima que a segunda linha (diretorio) inicia com a letra d, o que significa que ele é um diretório, ao contrário dos outros arquivos que não contém nenhuma letra (-) e por isso são arquivos comuns. É possível identificar o tipo de arquivo desta maneira e as letras podem ser: b para arquivo especial de bloco, c para arquivo especial de caracter, d para diretório, l para link simbólico, p para um FIFO, s para socket.

Podemos também usar no ls o que chamamos de wildcards (caracteres coringa), ou seja, caracteres que substituem outros.

Exemplo, listar todos os arquivos que têm a extensão .txt:

$ ls *.txt
debian-install.txt  manualito.txt  named.txt           plip.txt  seguranca.txt
ipfw.txt            mouse.txt      placa_de_video.txt  rede.txt  sis.txt

O wildcard neste caso é o “*”, que representa “tudo”.txt. Existem outros wildcards, como por exemplo o ponto de interrogação “?”, que substitui apenas 1 caractere. Exemplo:

$ ls manual?.txt
manual1.txt  manual2.txt  manual3.txt  manualx.txt  manualP.txt

Ou ainda os colchetes, que substituem uma faixa de caracteres:

$ ls manual[3-7].txt
manual3.txt  manual4.txt  manual6.txt  manual7.txt

mkdir – Cria um diretório

Sintaxe: $ mkdir <nome_do_diretório>

Cria um diretório. Exemplo, criar um diretório dentro do HOME do usuário:

$ mkdir ~/paginas

rmdir – Remove um diretório vazio

Sintaxe: $ rmdir <nome_do_diretorio>

Apaga um diretório que esteja vazio.

Exemplo, apagando o diretório /tmp/lixo apenas se ele estiver vazio:

$ rmdir /tmp/lixo

Para apagar um diretório com seu conteúdo, usa-se o comando rm.

cp – Cópia de arquivos e diretórios

Sintaxe: $ cp [opções] <arquivo_origem> <arquivo_destino>

Copia arquivos e diretórios. Como parâmetros, temos:

-i Modo interativo. Pergunta se você quer sobrescrever ou não (confirmações)
-v Mostra o que está sendo copiado.
-R Copia recursivamente (diretórios e subdiretórios)

Exemplo, copiando o arquivo brasil.txt para livro.txt, com a opção de modo interativo:

$ cp -i brasil.txt livro.txt
cp: sobrescrever `livro.txt'?

Como o arquivo livro.txt já existia, o comando pergunta se quer sobrescrever, responda y (sim/yes) ou n (não/no).

Copiar o diretório /home/ftp e todo seu conteúdo (incluindo seus subdiretórios) para /home/ftp2:

$ cp -R /home/ftp /home/ftp2

mv – Move arquivos e diretórios

Sintaxe: $mv <arquivo_origem> <arquivo_destino>

[/code]

Move um arquivo para outro lugar. Ele também é usado para renomear um arquivo.

Exemplo, renomear o arquivo industria.txt para fabrica.txt:

$ mv industria.txt fabrica.txt

Mover o arquivo industria.txt para /home/usuario com o mesmo nome:

$ mv industria.txt /home/usuario

rm – Remove arquivos e diretórios

Sintaxe: $ rm [opções] <arquivo>

Este comando apaga definitivamente o arquivo ou diretório. Exemplo:

$ rm arquivo.bin

Para apagar um diretório com todo seu conteúdo, usa-se a opção -r:

$ rm -r /tmp/lixo

Cuidado! O comando “rm -rf” é muito perigoso, use-o com cuidado. Ele remove um diretório e todo seu conteúdo sem perguntar. Por exemplo, fazer isso na raiz não seria uma boa idéia.

find – Procura arquivos

Sintaxe: $ find <diretorio> [-name nomedoarquivo]

Procura por arquivos no diretório especificado. Em seu uso mais simples, ele procura pelos nomes dos arquivos, mas pode também procurar por tipos, permissões, última modificação, entre outros.

Exemplo, procurar o arquivo nota.txt dentro do diretório /home/eitch:

$ find /home/eitch -name nota.txt -print

Procurar por todos os diretórios dentro do /etc:

$ find /etc -type d -print

Procurar por todos os arquivos que foram modificados nos últimos 2 dias:

$ find / -mtime 2 -print

Procurar por arquivos que podem ser escritos por todo mundo:

$ find / -perm -222

Os wildcards também podem ser usados, por exemplo, procurar por todos os arquivos que começam com o nome de documento e terminam com .odp:

$ find /home/eitch -name documento*.odp

O find também conta com uma opção muito útil, a opção -exec. Através desta opção você pode executar comandos para cada um dos arquivos encontrados. Combinando com as outras opções, se torna um poderoso utilitário! Por exemplo, para definir permissões “755” para todos os diretórios:

$ find /home/eitch -type d -exec chmod 755 {} \;

Neste exemplo, para cada diretório encontrado (-type d) dentro do /home/eitch, foi executado o comando chmod 755 . O “{}” no comando é substituído por cada arquivo ou diretório encontrado. O \; é apenas o “terminador” para o comando do -exec. O mesmo exemplo, agora para definir permissões “644” para arquivos:

$ find /home/eitch -type f -exec chmod 644 {} \;

Ou então, eu quero remover todos os arquivos que terminam com a extensão .exe:

$ find /home/eitch -type f -name *.exe -exec rm -f {} \;

Ou até remover os diretórios que tem .svn como nome:

$ find /home/eitch/projeto -type d -name .svn -exec rm -rf {} \;
Sintaxe: $ ln -s <arquivo_origem> [link simbólico]

Usado para gerar links simbólicos, ou seja, links que se comportam como um arquivo ou diretório, mas são apenas redirecionadores que mandam seu comando para outro arquivo ou diretório.

Exemplo: Criar um link em /tmp/apostila-linux, apontando para o diretório /apostila:

$ ln -s /apostila /tmp/apostila-linux

Também é utilizado para criar links físicos (hard-links). Um link físico funciona não como um atalho, mas como um arquivo apontando para um mesmo lugar no disco e funciona apenas em arquivos. Por depender de uma posição física no disco, só pode ser utilizado em uma mesma partição. Exemplo:

$ ln arquivo linkdoarquivo

cat – Exibe o conteúdo de um arquivo

Sintaxe: $ cat <arquivo>

Mostra o conteúdo de um arquivo, ou faz uma cópia deste arquivo, ou uma junção.

Exemplo: Mostrar o conteúdo de /home/eitch/contato:

$ cat /home/eitch/contato

Hugo Cisneiros
[email protected]
https://www.devin.com.br

O cat também pode servir como redirecionador para outro arquivo. Os caracteres especiais de redirecionadores são utilizados para este fim.

O “>” redireciona a saída de um comando para um arquivo. Como o comando cat mostra exatamente o conteúdo de um arquivo, isso seria equivalente a fazer uma cópia do arquivo:

$ cat contato1 > contato2

O “>>” acrescenta a saída de um comando à um arquivo, mantendo seu conteúdo anterior:

$ cat contato1 >> contato3

Um outro exemplo divertido é tocar sons com o cat. Redirecionando o conteúdo de um arquivo para o dispositivo de som reproduz o som pelos alto-falantes e vice-versa. Para testar este caso, primeiro gravamos com um microfone o som:

$ cat gravacao.au < /dev/audio

O comando acima direcionou o dispositivo de som “no caso, a captura por microfone” para o arquivo gravacao.au. Agora escute o som gravado com o comando:

$ cat gravacao.au > /dev/audio

Os redirecionadores podem ser utilizados em todos os outros comandos na shell.

head, tail – Mostra o começo e fim do arquivo

Sintaxe: $ head [opções] <arquivo>
Sintaxe: $ tail [opções] <arquivo>

Talvez pelo arquivo poder ser muito grande, as vezes é necessário apenas visualizar parte dele. Em arquivos de log por exemplo, visualizar o final para ver os últimos acontecimentos é uma prática comum.

O comando head, como o nome diz (cabeçalho), mostra o começo de um arquivo. O comando tail (calda) mostra o final de um arquivo. Por padrão, ambos comandos mostram as 10 linhas correspondentes.

Por exemplo, exibindo as 10 últimas linhas do arquivo /var/log/messages:

# tail /var/log/messages

Ou as 10 primeiras linhas do /etc/profile:

$ head /etc/profile

Quando utilizado o parâmetro -n, podemos especificar a quantidade de linhas, ao invés de 10. O comando a seguir mostrará as 50 últimas linhas do arquivo /var/log/messages:

# tail -n 50 /var/log/messages

Quanto utilizado com o parâmetro -f, o comando tail mostra as linhas mas não para, continua mostrando as linhas na medida que o arquivo é atualizado. Útil para visualizar logs em constante atualização. Exemplo:

# tail -f /var/log/httpd/access_log

more, less – Visualiza arquivos por páginas

Sintaxe: $ more <arquivo>
Sintaxe: $ less <arquivo>

Parecidos com o cat, mas ao invés de jogarem todo o conteúdo na tela de uma vez só, criam uma espécie de paginação.

No comando more, a tecla ESPAÇO vai passando as páginas, até quando o fim do arquivo chega e o o comando finaliza.

No less, a paginação funciona como em uma página de manual (na verdade, a visualização das páginas de manual é feita com o less): é possível utilizar as setas para navegar no documento para cima e para baixo, utilizar as teclas PgUp e PgDown para paginar, o comando /pesquisa para pesquisar por uma palavra no documento e a tecla q para sair.

file – Indica o tipo de arquivo

Sintaxe: $ file <arquivo>

Identifica o tipo de arquivo ou diretório indicado pelo usuário conforme os padrões do sistema operacional.

Há varios tipos de retorno, exemplos: ASCII text, C Program source, directory, ELF-Executable, data, Bourn-again shell-script, JPEG Image File, entre outros.

Exemplo:

$ file linux.txt
ASCII Text

touch – Muda timestamps

Sintaxe: $ touch [opções] <arquivo>

Quando um arquivo é criado, o sistema de arquivos reserva para ele algumas informações que chamamos de timestamps: hora do último acesso e hora da última modificação. O comando touch muda estes valores.

Sem argumentos, o touch muda os dois atributos para a hora atual. Quando não existe o arquivo, o comando cria um novo arquivo vazio. Este parece ser o método preferido de criação de arquivos vazios.

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